

Publicado 02/09/2025 · Atualizado 19/09/2025 · 15min de leitura
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) afeta milhões de pessoas no mundo e se caracteriza por sintomas como desatenção, impulsividade e hiperatividade. Embora os medicamentos estimulantes sejam a principal linha de tratamento, pesquisas recentes vêm explorando o uso da cannabis medicinal como alternativa ou complemento terapêutico.
Um ensaio clínico randomizado publicado no European Neuropsychopharmacology avaliou adultos com TDAH tratados com um extrato rico em canabinoides. Os resultados mostraram melhora em sintomas de hiperatividade/impulsividade e tendência à melhora na atenção, além de relatos de melhor qualidade do sono e menor variabilidade cognitiva.
Outro levantamento publicado no World Journal of Biological Psychiatry analisou ensaios clínicos envolvendo compostos alternativos para o TDAH, incluindo o CBD. Embora ainda sejam necessários estudos de maior escala, os achados sugerem que a cannabis medicinal pode oferecer benefícios no manejo dos sintomas, especialmente para pacientes que não respondem bem ou apresentam efeitos adversos com a medicação tradicional.
O TDAH é um transtorno neurobiológico do desenvolvimento que surge na infância e pode persistir na vida adulta. Seus principais sintomas incluem desatenção, dificuldade de concentração, impulsividade e, em alguns casos, hiperatividade. Essas manifestações impactam a vida escolar, profissional e social, exigindo acompanhamento contínuo.
O início do efeito da cannabis varia conforme o método de administração. Em forma de spray, por exemplo, os efeitos podem ser notados entre alguns minutos a até 20 minutos após o uso, atingindo o pico em cerca de 1 a 3 horas. Em formas como óleos ou cápsulas, a absorção é mais lenta, com início entre 30 minutos a 2 horas. Mas é importante lembrar que os efeitos podem demorar para serem percebidos pelo paciente, pois dependem de cada organismo e da complexidade do sistema endocanabinoide de cada um.
O tratamento com cannabis medicinal deve sempre ser acompanhado por um médico qualificado. O primeiro passo é a consulta, na qual o profissional avalia o histórico clínico, os sintomas e as necessidades individuais. Com base nisso, poderá indicar a formulação mais adequada (como óleos ou sprays) e a dosagem inicial. O acompanhamento regular é essencial para ajustar o tratamento, garantir eficácia e segurança para o paciente.
NAGEYE, F.; CORTESE, S.; et al. Beyond stimulants: a systematic review of randomised controlled trials assessing novel compounds for ADHD. Expert Review of Neurotherapeutics, v. 19, n. 7, p. 707-717, jul. 2019. DOI: 10.1080/14737175.2019.1628640. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31167583/. Acesso em: 15 set. 2025.
COOPER, R. E.; WILLIAMS, E.; SEEGOBIN, S.; TYE, C.; KUNTSI, J.; ASHERSON, P.; et al. Cannabinoids in attention-deficit/hyperactivity disorder: A randomised-controlled trial. European Neuropsychopharmacology, v. 27, n. 8, p. 795-808, ago. 2017. DOI: 10.1016/j.euroneuro.2017.05.005. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28576350/. Acesso em: 15 set. 2025.