Publicado 02/09/2025 · 8 min de leitura
O diagnóstico de câncer costuma vir acompanhado não apenas da batalha contra a doença em si, mas de um conjunto de sintomas que afetam fortemente a qualidade de vida, como náuseas e vômitos induzidos por quimioterapia, perda de apetite e peso, dor persistente, fadiga, alterações do sono e alteração do humor.
Nesse contexto, a cannabis medicinal surge como uma alternativa complementar importante para manejar sintomas associados ao tratamento oncológico e melhorar o bem-estar do paciente.
Um estudo publicado na revista Frontiers in Oncology identificou que entre 70% e 90% dos pacientes oncológicos que utilizaram cannabis para tratamento de sintomas relataram melhora, com menos de 5% reportando efeitos adversos graves. Além de auxiliar na náusea, apetite e dor, as evidências clínicas preliminares apontaram para efeitos antitumorais em modelos celulares, embora ainda sejam necessários ensaios humanos amplos.
Frontiers
O guia da American Society of Clinical Oncology (ASCO) concluiu que, embora a base de evidências seja limitada, há contexto seguro para uso da cannabis no alívio de náuseas e vômitos refratários à quimioterapia, mas não se recomenda o uso para tratamento direto do câncer fora de ensaio clínico.
Esses levantamentos reforçam que a cannabis medicinal pode desempenhar um papel complementar valioso no cuidado de pacientes com câncer, ajudando a aliviar sintomas, a melhorar apetite, sono e bem-estar, sempre como parte de um plano integrado, com acompanhamento especializado, formulação adequada e monitoramento contínuo.
Em oncologia, o cuidado de suporte refere-se às intervenções que auxiliam o paciente a lidar com efeitos colaterais do tratamento primário (cirurgia, quimioterapia, radioterapia) e a manter qualidade de vida. Essas intervenções buscam reduzir dor, náusea, fadiga, melhorar apetite, sono e estado emocional, garantindo que o tratamento contra o câncer possa prosseguir com menor impacto na rotina e no conforto do paciente.
O início do efeito da cannabis varia conforme o método de administração. Em forma de spray, por exemplo, os efeitos podem ser notados entre alguns minutos a até 20 minutos após o uso, atingindo o pico em cerca de 1 a 3 horas. Em formas como óleos ou cápsulas, a absorção é mais lenta, com início entre 30 minutos a 2 horas. Mas é importante lembrar que os efeitos podem demorar para serem percebidos pelo paciente, pois dependem de cada organismo e da complexidade do sistema endocanabinoide de cada um.
É fundamental procurar um médico habilitado para identificar se a insônia é primária ou secundária, orientar o tratamento e seguir as normas da Anvisa. Cada paciente pode responder de forma diferente aos canabinoides, portanto, é comum iniciar com baixa dosagem e ajustar conforme a resposta, sempre com acompanhamento profissional. A cannabis pode ser uma opção valiosa quando aliada a estratégias não farmacológicas como higiene do sono ou terapia cognitivo-comportamental, que são recomendadas como tratamento de primeira linha para insônia.
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